quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Pintando cadáveres

Mais dois na conta de Vlad, o ex-agente da KGB que é dublê de premiê e pintor na Rússia: na segunda-feira, um advogado que lutava contra a libertação de coronel que é assassino confesso foi morto a tiros no centro de Moscou por um homem mascarado, que ainda atingiu também fatalmente uma jornalista que acompanhava o alvo do ataque. Yuri Budanov, o militar libertado, assumiu ter enforcado a jovem tchechena Heda Kungayeva em 2000 - o que explicou acusando-a de integrar a irridente insurgência separatista de região.

Não se sabe ainda (e talvez jamais se saiba) se houve ordem direta do Kremlin para assassinar o advogado - Budanov é um herói para vários grupos nacionalistas russos que podem perfeitamente ter planejado e executado o crime sem qualquer participação estatal. Mas sabemos também que é característica de diferentes regimes de força de ontem - ver fascismo italiano e nazismo, por exemplo - e de hoje - o post abaixo é um dentre muitos exemplos possíveis sob o Chavismo - contar exatamente com milícias e afins que farão parte do trabalho sujo mais ou menos independentes do poder central, alimentadas por diferentes graus de impunidade e por lideranças carismáticas (ler Ian Kershaw para Hitler) cujos desígnios e tendências muitas vezes são apenas sugeridos a fiéis que se acostumam a deduzir quais seriam as melhores expressões concretas para a única fonte real de legitimidade, a "vontade do líder". Certamente a Rússia de Putin não é um fascismo, mas esse e outros fatos ocorridos sob a égide do ex-presidente (e ainda mandatário-mor) nos deixam claro que ela também está muito longe de ser uma democracia.